ACORDOS ABAIXO DA INFLAÇÃO. SÓ PERDAS

Uma das heranças do governo Bolsonaro é a compressão dos salários. A maioria dos acordos fechados no primeiro semestre deste ano teve reajustes abaixo da inflação (INPC- -IBGE), segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A média no ano é de -0,80%. Para os trabalhadores, tem sido só arrocho. Há quase dois anos não se registra variação positiva mensal. A última vez foi em setembro de 2020. Na primeira metade do ano, os reajustes abaixo da inflação representaram 43,4% do total. Os equivalentes ao INPC somam 35,2%, acima da inflação, apenas 21,4%. Os dados reforçam a dificuldade imposta pelo descontrole inflacionário no país. Houve uma pequena melhora nas negociações salariais em junho. No mês, 37% dos reajustes tiveram ganho real. Outros 37% foram equivalentes ao INPC, enquanto 26% ficaram abaixo. O índice médio foi de -0,58%. Em campanha salarial, os bancários lutam por reajuste salarial e nas demais verbas com base no INPC mais 5% de aumento real, revisão maior nos vales alimentação e refeição, garantia de emprego e manutenção da regra da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Com lucros bilionários, os bancos podem atender as reivindicações com folga.