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BATALHA DE GIGANTES ENTRE BANCOS: BRADESCO OU ITAÚ ?

Na batalha de gigantes entre bancos, veremos hoje como andam as performances do Bradesco e o Itaú, os dois grandes gigantes brasileiros. (Por Carla Carvalho)

Perspectivas para o setor bancário
No último ano, ocorreu um descolamento entre o Ibovespa e as ações do setor bancário de forma geral. Isso porque, nos últimos 12 meses, o principal índice da bolsa brasileira subiu pouco mais de 40%. Por outro lado, a alta das ações dos grandes bancos foi em média de 20%.

Vários fatores contribuíram para essa situação. Segundo avaliação do Inter Research, as incertezas em relação à atividade econômica por causa da pandemia reduziram as expectativas de retomada do setor bancário. Inclusive, não se sabe se ela acontecerá mesmo no segundo semestre desse ano.

Por causa do risco fiscal, cresceu a desconfiança de investidores internacionais em relação ao segmento. Dessa forma, a retirada de capital estrangeiro acabou pressionando o dólar. Uma das consequências disso é a alta dos preços, o que leva o Banco Central a elevar a taxa de juros.

No entanto, no longo prazo, o Inter Research acredita que a alta dos juros pode trazer efeitos positivos. À medida que novos contratos de crédito são assinados com taxas mais altas, isso se refletirá na rentabilidade dos bancos.

Digitalização dos bancos
Junto disso, há também a aceleração do processo de digitalização dos bancos, que já vinha acontecendo há alguns anos. Segundo dados do Banco Central, ao menos 40 instituições financeiras iniciaram atividades em 2020, em especial bancos digitais e fintecs. Uma pesquisa do UBS Evidence Lab mostrou que, no ano passado, os downloads de aplicativos dessas instituições ultrapassaram pela primeira vez os de bancos tradicionais.

O estudo do UBS também prevê uma desconcentração bancária para os próximos anos. Para os analistas, uma das grandes barreiras de entrada nesse setor, que era a rede de agências, tem cada vez menos importância por causa da tecnologia. Dessa forma, a rede de atendimento deixa de ser um dos principais critérios para a avaliação da performance dos bancos comerciais.

Itaú – Destaques 
– 3,7 milhões de novos clientes por meio de canais digitais. Ao que tudo indica, a tendência de crescimento desse canal permanece. Isso porque, somente em abril, o Itaú abriu 1,5 milhões de novos relacionamentos. Ao todo, já são 6 milhões de clientes no iti, a carteira digital do banco.

– Aumento da utilização dos canais digitais. Em março de 2021, 54% das contratações de produtos para pessoas físicas foram feitas por meio desses canais. Isso representa um crescimento de 70% frente a março de 2020.

– Lucro líquido gerencial de R$ 6,4 bilhões, o que representa um crescimento de 64% em relação ao mesmo período do ano passado.

– ROE recorrente de 18,5%.

– A carteira de crédito totalizou R$ 906,4 bilhões, um aumento de 15% frente ao mesmo período do ano passado. Segundo o relatório do banco, o crescimento dete forte impacto dos financiamentos de veículos, crédito imobiliário e empréstimos a grandes empresas.

– Margem financeira de R$ 18,6 bilhões, aumento de 4,7% frente a 2020.

– Apesar do aumento da inadimplência entre as pequenas empresas, o provisionamento do período foi de R$ 4,1 bilhões, contra R$ 10 bilhões no 1T20.

Bradesco – Destaques 
– Lucro líquido de R$ 6,5 bilhões, aumento de 73,6% frente ao mesmo período de 2020.

– A exemplo do Itaú, também registrou expressiva redução na PDD expandida, que totalizou R$ 3,9 bilhões, face R$ 6,7 bilhões no 1T20.

– A carteira de crédito expandida totalizou R$ 705,2 bilhões, aumento de 7,6% em relação a 2020. Da mesma forma que o Itaú, o crédito imobiliário teve grande impacto nesse crescimento, representando 34% do total da carteira.

Mas afinal, quem vence essa batalha de gigantes?
Segundo o mercado, tanto Itaú quanto Bradesco estão sendo negociados abaixo da média histórica, por volta de 8 vezes o lucro. Se compararmos com a média do Ibovespa, que gira em torno de 13 vezes o lucro, percebemos que a ações dos bancos estão descontadas.

No entanto, alguns analistas têm alertado para o volume de despesas do Itaú. Nesse sentido, para continuar garantindo bons níveis de rentabilidade no futuro, o banco deveria promover maiores cortes de gastos. Isso porque há tendência de queda de receitas com tarifas e serviços, por exemplo. Logo, para se manter competitivo no setor, o banco deverá ser mais incisivo no corte de despesas nos próximos exercícios.

Além disso, o que impulsionou a receita do Itaú foram as operações de tesouraria, e não as operações recorrentes. Segundo analistas, esse também é um ponto que merece alerta por parte do mercado. (Fonte: Eu quero Investir)

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