FENABAN – NESTA TERÇA-FEIRA ESTARÃO NA MESA DE NEGOCIAÇÃO AS CLÁUSULAS ECONÔMICAS
Na última sexta-feira (14), o movimento sindical apresentou as cláusulas econômicas e sociais para negociar com a Fenaban. Os dirigentes sindicais da categoria ressaltaram na reunião que esperam que os bancos apresentem nesta terça-feira (18) suas propostas para a negociação.
Ao longo de seis rodadas de negociação entre o movimento sindical e a Fenaban, os representantes da categoria bancária apresentaram reivindicações que estão na minuta aprovada no Encontro Nacional.
Na sexta-feira, foi a vez da apresentação das cláusulas econômicas e sociais da categoria. Entre as prioridades estão o aumento real, acima do índice da inflação e pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Outro ponto das cláusulas econômicas apresentado pelo comando foi o auxílio refeição no valor de R$ 1.045,00 por mês e o auxílio cesta alimentação, no mesmo valor mensal.
Os bancos sempre lucram, mesmo numa crise, foram os primeiros a serem protegidos pelo governo da crise econômica da pandemia. Os bancos economizaram 267 milhões com o teletrabalho. No primeiro semestre deste ano, reduziram em R$ 267 milhões algumas despesas com água, luz, gás, vigilância, segurança e viagens. Só no Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú, a despesa de pessoal caiu R$ 1 bilhão.
Direitos ameaçados
Os representantes da Fenaban não responderam às reivindicações apresentadas, mas sinalizaram uma resistência quanto às propostas da categoria. Afirmaram que os resultados dos bancos caíram muito e que algumas instituições bancárias chegaram a ter prejuízos. Sinalizaram também que querem discutir até mesmo direitos já conquistados pela categoria.
O lucro dos 4 bancos que divulgaram balanço no 1º semestre foi de 28 bilhões. Metade das categorias que fecharam acordo esse ano tiveram aumento real, os bancos podem dar aumento real. E mais, os bancários não vão aceitar nenhum direito a menos.
Outra lamentação dos representantes da Fenaban foi a concorrência que os bancos passaram a sofrer das corretoras de investimentos como a XP, que tiveram lucros maiores que os dos bancos. Os bancos ganham sempre, pois no caso da XP, o Itaú é dono de 49%. É um setor que não pode reclamar dos resultados.
Cláusulas sociais
Nas cláusulas sociais, o movimento sindical apresentou reivindicações como a suspensão dos processos de terceirização pelos bancos; a criação de uma comissão para debater, acompanhar e apresentar propostas em razão dos projetos de mudanças tecnológicas. Também reivindicaram a isenção de tarifas e cobrança de juros menores aos trabalhadores das instituições bancárias, proposta que os representantes dos bancos não manifestaram concordância.
A Fenaban também evitou discutir a proposta de aumentar a estabilidade de 24 para 36 meses imediatamente anteriores ao preenchimento dos requisitos para obtenção de aposentadoria.
PROPOSTAS
Veja os principais pontos discutidos na reunião de sexta-feira (14):
Terceirização – Bancarios querem que os bancos suspendam a implantação de quaisquer projetos de terceirização, a partir da data de entrega da presente pauta de reivindicações.
Comissão sobre mudanças tecnológicas – Criar uma comissão bipartite para debater, acompanhar e apresentar propostas em razão dos projetos de mudanças tecnológicas e organizacionais, reestruturações administrativas, introduções de novos equipamentos, acesso remoto e outras situações similares das empresas abrangidas por esta convenção.
Isenção de taxas e cobrança de juros menores – Os bancos isentarão os trabalhadores abrangidos por esta convenção do pagamento de quaisquer tarifas bancárias.
Indenização adicional – o pedido é pra aumentar o valor. Caso dispensas se concretizem, os bancos pagarão indenização adicional, no valor equivalente a três vezes a maior remuneração do empregado para cada cinco anos trabalhados.
Estabilidade na pré-aposentadoria – Estabilidade para o trabalhador em período de pré-aposentadoria a partir de 36 meses imediatamente anteriores ao preenchimento dos requisitos para obtenção de aposentadoria
Comissão de segurança bancária – Manutenção e continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária
Movimento Sindical