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Pode sair nesta segunda-feira o nome do novo presidente do Banco do Brasil

Com a presidência do Banco do Brasil à disposição desde a semana passada, Bolsonaro deve revelar quem vai dirigir a instituição a partir de agora. Parlamentares esperam que, com isso, o programa de reestruturação seja suspenso

O presidente Jair Bolsonaro pode definir ainda hoje o próximo presidente do Banco do Brasil (BB), já que André Brandão colocou o cargo à disposição do governo na semana passada. E muitos parlamentares esperam que, com isso, Bolsonaro também suspenda o plano de reestruturação do BB. No Banco do Brasil, no entanto, a ordem é dar início ao fechamento de agências neste mês de março.

O plano de reestruturação do BB prevê o fechamento de 361 unidades de atendimento, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, além do desligamento de 5,5 mil funcionários. E foi o estopim para a crise entre Bolsonaro e Brandão. Porém, de acordo com o Banco do Brasil, está mantido e já está em execução: o banco entrou em contato com os clientes das agências que serão desativadas e, por isso, promete começar a fechar esses pontos de atendimento nos próximos dias.

A lista e a data de fechamento das agências, no entanto, são guardadas a sete chaves pelo banco. “Falta transparência”, reclamam os bancários, que decidiram mapear por conta própria o impacto do projeto no Distrito Federal (DF). Segundo o Sindicato dos Bancários de Brasília, sete agências devem ser fechadas e outras cinco serão reduzidas a postos de atendimento no DF até o próximo dia 16.

Parlamentares contrários ao fechamento pediram os dados ao BB, mas ainda não obtiveram retorno. Por isso, a deputada Erika Kokay (PT-DF) apresentou um requerimento de informações cobrando esclarecimentos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada. Para ser enviado ao ministro, contudo, o pedido precisa ser aprovado pela Mesa e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A percepção é que o BB não quer divulgar a relação das agências que serão desativadas para não causar mais rebuliço sobre o assunto e, assim, garantir a reestruturação. A decisão de Brandão de deixar o comando do banco, no entanto, fez muitos parlamentares questionarem se, agora, Bolsonaro não vai suspender a medida. Afinal, o presidente da República decidiu demitir o presidente do BB depois de ouvir críticas dos parlamentares sobre a repercussão negativa do fechamento de agências em suas bases eleitorais.

A questão que está na mesa no Planalto, agora, por sua vez, é o nome do sucessor de Brandão. Bolsonaro pode tomar uma decisão ainda hoje sobre o assunto. Integrantes do Planalto revelaram que o presidente da República nunca gostou muito de Brandão. Por isso, agora que se antecipou a uma possível demissão, o executivo pode sair logo. “Já vai tarde”, disseram assessores de Bolsonaro.

A interlocutores, Brandão explicou estar cansado de Brasília. Ele se incomodou por ter sido atacado por Bolsonaro depois de tomar uma das medidas de redução de custos acertadas com a equipe econômica. Também não quer ficar sendo fritado ou ser surpreendido com uma demissão como a de Roberto Castello Branco, da Petrobras. Por isso, julgou que seria melhor se antecipar para evitar turbulências no BB e, também, para preservar a imagem de um executivo técnico, que o fez construir uma carreira consolidada no mercado financeiro.

Cotados

Entre os nomes cotados para assumir a presidência do Banco do Brasil na saída de Brandão estão Paulo Henrique Costa, atual presidente do Banco de Brasília (BRB); Antônio Barreto, secretário-executivo do Ministério da Cidadania, que é considerado um dos melhores técnicos da Esplanada por assessores palacianos; Gustavo Montezano, presidente do BNDES e amigo dos filhos de Bolsonaro; e Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente Corporativo do BB, que já chegou a ser cotado para assumir a presidência do BB quando Rubem Novaes pediu demissão, por ser jovem, mas bem preparado, como queria a equipe econômica.

Presidente do sindicato do Distrito Federal, Kleytton Morais contou que o mapeamento foi realizado durante vistoria nas agências, com base no relato dos bancários que serão afetados e já foram notificados pelo BB sobre a reestruturação. A medida foi tomada depois que o banco teria se negado a entregar a lista das agências que serão afetadas pela reestruturação.

“O sindicato buscou a mediação do Ministério Público, no sentido de ter transparência em relação ao impacto da reestruturação, uma vez que muitas regiões serão desassistidas, inclusive regiões em que há uma população mais idosa, com mais dificuldade de acessar os meios digitais. Porém, o banco negou-se a apresentar, alegando que é uma informação estratégica, que poderia favorecer a concorrência”, disse Morais.

Desespero

O sindicalista também revelou que, embora faltem apenas 15 dias para a data de fechamento prevista pelo BB, alguns bancários que trabalham nessas agências ainda não foram realocados. “Muitos colegas estão desesperados, porque não sabem para onde vão e podem perder 40%, 50% ou até 60% da renda se forem realocados em cargos diferentes dos que ocupam atualmente”, disse Morais.

Fonte: Correio Braziliense

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