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LUCRO DOS BANCOS BATE RECORDE E SOMA R$ 144 BILHÕES EM 2023, APONTA BANCO CENTRAL

Informações constam do Relatório de Economia Bancária de 2023. Recorde foi registrado em ano de juros básicos em alto patamar. Governo pressiona pela redução da Selic.

O lucro líquido dos bancos subiu para R$ 144,2 bilhões em 2023, e bateu novo recorde histórico, informou nesta quinta-feira (6) o Banco Central. Em 2022, o lucro das instituições financeiras foi de R$ 139 bilhões.

(ATUALIZAÇÃO: Em um primeiro momento, o Banco Central divulgou que os bancos registraram lucro de R$ 145 bilhões no ano passado. Posteriormente, a instituição detalhou o dado, informando que o lucro foi de R$ 144,2 bilhões. A informação foi corrigida nesta reportagem às 12h02 desta quinta-feira).

O aumento do lucro das instituições financeiras ocorreu em um ano no qual a taxa básica de juros da economia, fixada pelo Banco Central para conter a inflação, ficou em 13,75% ao ano até meados junho do ano passado – um patamar elevado, em termos reais, na comparação internacional.

A taxa Selic começou a cair somente em agosto de 2023, terminando o último ano em 11,75% ao ano, nível ainda alto na comparação internacional.

“Ao longo de 2023, o retorno do crédito aumentou, influenciado pelo peso das safras recentes nas receitas de crédito contratadas a taxas mais altas. O custo de captação também se elevou no período, mas apresentou redução no quarto trimestre em decorrência da queda da taxa Selic a partir de agosto”, informou o BC.”


O BC goza de autonomia em sua atuação, sendo que o atual presidente, Roberto Campos Neto, foi indicado por Jair Bolsonaro.

A instituição diz que seu papel, na fixação da taxa de juros, é técnico, e busca conter a inflação.

Em seus documentos, o BC informa que um patamar mais alto de inflação prejudica, principalmente, a população de baixa renda.

Segundo o Banco Central, a elevação da margem bruta de lucro das instituições financeiras “tende a continuar à medida que os efeitos da queda da taxa Selic permaneçam reduzindo o custo de captação de forma mais rápida que o retorno do crédito”.

A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em maio, registrou divisão na diretoria do Banco Central sobre o ritmo de corte da taxa de juros – o que gerou nervosismo no mercado financeiro.

À ocasião, o Copom decidiu reduzir o ritmo de corte da taxa Selic – que caiu 0,25 ponto percentual, de 10,75% para 10,50% ao ano.

Entenda o que ocorreu:

  • Quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram por um corte maior nos juros, de 0,5 ponto percentual, para 10,25% ao ano, mas foram voto vencido.
  • Quatro diretores mais antigos e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, formando uma maioria, optaram por uma redução menor na taxa Selic.
  • O “racha” no Copom teve efeito negativo no mercado financeiro no dia seguinte. A bolsa de valores caiu, enquanto o dólar e os juros futuros avançaram.
  • O temor do mercado é que a diretoria do BC indicada pelo presidente Lula – com maioria no Copom a partir de 2026 –, possa ser mais leniente com a inflação, em busca de um ritmo maior de crescimento da economia. (Fonte: g1)

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